Aproximadamente quatro mil anos atrás, os egípcios construíram “templos de cura” que tinham por base o “poder da luz”. Com base em teorias místicas? Talvez nem tanto…
Sabemos que as cores nada mais são que o efeito da luz que fazendo visível. Como sociedade cientificamente evoluída que era, o pessoal das pirâmides percebeu que, ao banhar enfermos em “águas coloridas” (manifestações de luz por meio das cores), diferentes efeitos psicológicos eram produzidos nos pacientes.
Ainda neste sentido, partindo do pressuposto básico (e verdadeiro) de que as cores são, na verdade, luz, precisamos admitir, então, que as cores são, também, energia eletromagnética. Leonardo Da Vinci, em suas pesquisas e formulações retratadas na obra “Tratado da Pintura e da Paisagem – Sombra e Luz”, já afirmava que a cor era uma propriedade, não dos objetos, mas sim da luz.
Por que será que temos tanta facilidade em acreditar que ficar perto do microondas enquanto ele funciona ou fazer um exame que se utiliza de raio-x pode nos afetar e, ao mesmo tempo, somos tão céticos acerca das possíveis influências das cores em nosso organismo?
Talvez seja uma construção ingênua e equivocada que tenha desviado a credibilidade do assunto. Afinal, parece mesmo absurda a idéia de que ganharemos dinheiro ao longo do ano que está por entrar apenas por ter passado a última noite do ano anterior de roupas íntimas amarelas. Não é bobagem, no entanto, que existam tantos estudos, desde a época de Isaac Newton (1666), até o dia de hoje sobre a composição, distinção, classificação e efeito das cores.
E como isso faz parte de nossa vida prática? De várias maneiras! Nos dias de hoje, a chamada “psicologia das cores”, estudada e aplicada por profissionais de design, artes e marketing, influencia diariamente nossas decisões de consumo e atitudes de vida.
Inquestionável, então, a percepção de que as cores possuem sim efeitos concretos e de base científica em nossas vidas, influenciando, principalmente, aspectos psicológicos de nosso agir. Sabendo disso, concluímos que é possível direcionar esse conhecimento em nosso benefício! Mas como?
Antes de mais nada, é relevante entender que as cores podem assumir, em nosso cérebro, aspectos simbólicos, o que significa que cada cor pode carregar consigo um significado muito particular e específico, dependendo da experiência de vida de cada pessoa. Por exemplo: para quem tem medo de água, provavelmente a cor azul jamais seja símbolo de algo positivo. Assim, por se relacionarem com sensações e recordações, a experiência com cores entrelaça de forma significativa o âmbito pessoal.
A “Teoria das Cores”, criada por Von Goethe, defende que a cor não depende somente da luz, mas sim da percepção que temos diante a um determinado objeto, sendo esse o motivo pelo qual o efeito das cores é universal, mas a identificação dos tons é subjetivo.
Podemos encontrar, porém, pesquisas e testes que possibilitam a apresentação de aspectos mais genéricos em relação ao tema, já que, além dos significados de âmbito pessoal, existem padrões de respostas do cérebro comuns a quase todos os indivíduos ante as diferentes cores. E são exatamente esses padrões que podem ser observados e aplicados a favor de nosso desempenho!
Esclarecendo: todas as dicas que foram dadas nesse texto tem por base estudos do que é padrão e, portanto, grandes chances de funcionar também para sua vida. Não se deve descartar, no entanto, a possibilidade de que exista alguma particularidade proveniente de suas experiências de vida.
Sabendo disso, aqui vão algumas dicas de como usar as cores acerca das quais já se pode encontrar um padrão de influência sobre o nosso organismo:
-
O verde e a concentração
Em um estudo guiado pela Dra. Kate Lee, 150 estudantes universitários foram expostos a uma exaustiva atividade na qual eles deveriam pressionar sequências numéricas várias vezes enquanto liam uma tela de computador, sendo instruídos a não pressionar nenhuma tecla apenas ao momento em que aparecesse o número três na tela. Durante um intervalo de descanso de 40 segundos, para metade do grupo foi exibida uma tela com imagens de terraços (“varandas” no topo de edifícios) com plantas e cheias da cor verde, enquanto a outra metade passou esse tempo olhando imagens de terraços normais, de concreto. Ao voltar para a atividade do experimento, o grupo que passou seu intervalo observando imagens com paisagens verdes diminuiu de maneira surpreendente a quantidade de erros na atividade, enquanto o outro grupo não apresentou significativas alterações.
O estudo chegou à conclusão de que a imagem com verde gerava uma experiência de “restauração da concentração” (leia mais sobre o estudo clicando aqui)
A cor verde, por possuir onda de menor comprimento, tem efeito calmante e tranquilizante. É exatamente esse o sentimento que temos ao observar um bosque ou um vasto gramado. Essas sensações nos possibilitam ter maiores índices de concentração, foco e clareza de ideias. O verde é uma cor ambiente ideal para quem precisa tomar decisões importantes e sóbrias.
Podemos usá-lo, nos estudos, para dar destaque a partes do conteúdo complementares, que, embora não sejam as informações mais importantes, são base para todas as demais e sem elas quais não se pode entender o todo. Também é uma ótima ideia frequentar parques e bosques bem arborizados… seja para descansar antes de uma prova importante, para aumentar os níveis de foco antes de dar início a longas horas de estudo ou até mesmo tirar um dia do final de semana para organizar uma rotina bem elaborada em seu planner.
-
Laranja do ânimo
Entre os princípios do Feng Shui (uma arte chinesa milenar de harmonização energética dos ambientes), a cor laranja é usada para estímulo da produtividade e promoção da organização.
As cores quentes estão relacionadas com aumento de estímulo e atenção. O vermelho, no entanto, principal representante dessas cores, por ser a mais forte, pode nos levar a um estado de alerta vinculado ao nervosismo. Por esse motivo, a cor laranja vem como uma opção eficiente por apresentar maior sobriedade e equilíbrio.
Algumas teorias sugerem que essa cor é capaz de aumentar o suprimento de oxigenação de nosso cérebro, fazendo com que tenhamos mais disposição e ânimo no exercício de nossas atividades. A maior indicação da cor é justamente para o aumento de energia (clique aqui para ler mais sobre a cor laranja).
Você pode se beneficiar da cor laranja da seguinte maneira: sublinhando palavras de difícil memorização, criando destaques que precisam de maior atenção, estimular e gerar energia na decoração de seu cantinho de estudos…
-
Azul da produtividade
O azul, em sendo uma cor fria, tem efeitos sob o lado mais racional do seu cérebro. É recomendada sua utilização para elevação da capacidade cognitiva e desempenho em atividades com altos níveis de dificuldade.
É a cor certa, portanto, para quem precisa de uma dose extra de produtividade e capacidade para aprender coisas novas! É a cor perfeita para escrever resumos, anotar insights e sublinhar temas complexos.
Embora não existam estudos tão concretos acerca da efetiva influência das outras cores, podemos usá-las em nosso benefício com as informações básicas que já possuímos. Segue uma listinha de cores e seus significados:
Vermelho: cor de alerta! Por ser a cor mais quente existente, é um grande estímulo de nossa frequência cardíaca, podendo, até, provocar aceleração da respiração em alguns casos (motivo pelo qual é tida como cor da paixão). Pode ser utilizada para destaques de alertas e atenção.
Laranja: Também com a capacidade de estimular o sistema respiratório, essa cor passa sensação de ânimo, equilíbrio e organização. É considerada a cor do verão e da alegria.
Amarelo: Por ser a cor do sol, acredita-se na possibilidade de despertar a criatividade, alegria e disposição.
Verde: Considerada a cor da esperança, pode ter efeito calmante, pode ser capaz de diminuir a pressão arterial, causando diminuição do estresse e da ansiedade, elevando, por consequência, os níveis de concentração.
Azul: sinônimo de calmaria, sobriedade e paciência. Grande aliado ao raciocínio lógico e serenidade.
Rosa: efeito motivacional, estimulante e afetivo.
Marrom: considerado cor da segurança e solidez, pode gerar sensações de positividade.
Branco: o tom da pureza, da paz e da fé. Estimula calmaria e boas sensações.
Cinza: Pode significar elegância e sofisticação, mas também tédio e velhice.
Preto: Também tem um ar de sofisticação e mistério, porém é comum que se encontre associado ao luto, tristeza e melancolia.
Conclusão? Dentre as diversas maneiras de assimilar conteúdo das quais nosso cérebro dispõe, usar de mecanismos que despertem diferentes reações e emoções em seu psicológico pode ser uma ferramenta inteligente de associação e vinculação do conteúdo aprendido com a memória. Falando português mais claro: as cores são vínculos que, ao despertar emoções, podem ajudar na hora de lembrar do conteúdo aprendido.
Colocando em prática: use a abuse das associações de cores! Seja em resumos, ao grifar livros, em post it, ao comprar cadernos e agendas ou até mesmo na decoração de seu cantinho de estudos. Dessa forma, você poderá criar mais links e despertar, em seu cérebro, determinadas “reações” benéficas para o processo de aprendizagem.